- Publicidade -
- Publicidade -
16.1 C
Balneário Camboriú

Vereador Anderson quer proibir menores de 18 anos em paradas da diversidade

Página 3 no Instagram
- Publicidade -
- Publicidade -

Leia também

Vereador Jair Renan Bolsonaro expõe ignorância política em mais um projeto de lei

Socialismo e comunismo são correntes políticas legaliuzadas no Brasil

Grupos que querem participar da Festa dos Amigos em julho já podem se inscrever

A expectativa da Secretaria de Turismo é que mais de 50 mil pessoas participem do evento, na véspera do aniversário de Balneário Camboriú

Monumento das Sereias de Balneário Camboriú pode ser restaurado após anos de abandono

Escultor Jorge Schröder fala sobre a obra e a esperança de retorno das sereias ao espaço público
- Publicidade -
- Publicidade -
- Publicidade -
- Publicidade -

O vereador Anderson dos Santos (Podemos) resolveu se intrometer com direitos civis alheios e apresentou projeto de lei que proíbe a presença de menores de 18 anos em “qualquer evento público, marcha, desfile ou manifestação que tenha como objetivo a celebração, visibilidade ou defesa da diversidade ou dos direitos da comunidade LGBTQIA+”.

O projeto revela desconsideração do vereador Anderson sobre sexualidade, pois muitos jovens ainda na adolescência já fizeram opções sobre orientações sexuais. Por exemplo, cerca de 15% das crianças nascidas no Brasil são filhas de mães adolescentes e, dessas, uma parcela com idade entre 10 e 14 anos.

O vereador poderia dirigir sua preocupação ao fortalecimento de um ambiente inclusivo a todos, independentemente da orientação sexual ou identidade de gênero, pois a individualidade das pessoas diz respeito apenas a elas.

Esse tipo de projeto tem se reproduzido em vários municípios, sempre apresentados por vereadores simpatizantes da extrema-direita, que acreditam ser necessário impor sua visão de mundo a todas as pessoas.

Na prática, quem decide sobre direitos das pessoas é o Congresso Nacional, não uma câmara de vereadores, pois a Constituição assegura que “compete privativamente à União legislar sobre direito civil”. Por isso, propostas como a do vereador Anderson são combatidas com facilidade através do Ministério Público.

- Continue lendo após o anúncio -

Jocineia de Jesus, a Neia, representante do movimento Mães pela Diversidade, disse ao Página 3 que o vereador os “persegue, é inexpressivo e presta um desserviço à cidade”.

Disse também que “projetos de lei para escolas melhores, mais estruturadas, mais acolhedoras, vagas suficientes para todas as crianças e adolescentes, para não precisar comprar cotas em escolas privadas e constranger as crianças, por serem cotistas, seria muito mais útil, mostraria de fato que a preocupação deles é o bem estar, que se preocupam com o futuro das crianças, existe tanta coisa necessária e urgente que eles podem fazer para a cidade e para melhorar a vida de crianças e adolescentes, mas incitar o ódio, a violência, serem homofóbicos, preconceituosos e covardes é prioridade para eles. Cada vida que perdemos da população LGBTQI, pessoas feito esses políticos têm sua parcela de culpa, essas atitudes fazem com que a violência, a intolerância e os homicídios e suicídios dessa população cresçam. Ou seja,  eles têm as mãos sujas de sangue. E o pior é que dormem com isso”.

Neia também enviou uma carta de repúdio, adaptada de Chapecó e outras cidades, onde tramitam projetos semelhantes, que segue reproduzida abaixo:

CARTA DE REPÚDIO

O Movimento Mães Pela Diversidade vêm a público REPUDIAR o Projeto de Lei de autoria do vereador Anderson Santos (Podemos), do Município de Balneário Camboriú (SC), que tem como objetivo PROIBIR a participação de crianças em “paradas gays e eventos similares”, justificada, conforme redação do Projeto de Lei na “necessidade de proteger as crianças da participação, muitas vezes contra suas vontades, em eventos que originalmente possuíam o caráter respeitoso e educativo, mas que nos últimos anos ganharam tons desvirtuados”.

- Continue lendo após o anúncio -

Como mães reforçamos a importância e a representativa do movimento LGBTQIAP+ em todos os espaços, reforçando o caráter acolhedor, inclusivo e educativo, uma vez que nossa bandeira é diversidade de orientações afetivas, sexuais, de gênero e de identidade. O próprio texto da justificativa enaltece características que não fazem parte do movimento, corroborando com a falta de conhecimento e participação do vereador na comunidade LGBTQIA+.

Entendemos e valorizamos a importância da participação de toda comunidade nos eventos organizados pelo Movimento LGBTQIAP+, como estratégia de luta contra o preconceito, segregação, exclusão e violência contra nossos filhos e filhos de tantas outras mães e pais que representamos. 

No ano de 2022 foram contabilizadas 273 mortes LGBTQIAP+, sendo 228 assassinatos, 30 suicídios e 15 outras causas, fruto do preconceito, da exclusão e da falta de informação e acolhimento, ações que o movimento procura, através das paradas, seminários, encontros e manifestações pacíficas combater.

Entendemos esse ato como um ataque e um retrocesso contra toda caminhada até aqui realizada, além de uma afronta contra nossos direitos civis e valorização e disseminação das diferenças. Nosso movimento não é um ataque à família tradicional brasileira, mas sim um acolhimento a todas as famílias, nas suas diversidades.

ALEGAÇÕES DO VEREADOR

O vereador Anderson enviou texto, esclarecendo seu posicionamento, segue reproduzido abaixo, na íntegra:

- Continue lendo após o anúncio -

“Em primeiro lugar quero deixar claro mais uma vez que meu posicionamento não é contra pessoas, mas sim contra as instituições que se utilizam de um movimento para promover a promiscuidade precoce, desrespeito, e principalmente a distorção de valores ao qual nossa cidade e estado tanto tentam preservar.

Compreendo o posicionamento contrario da minha preposição. Mas é preciso que estas pessoas entendam que represento uma grande parcela da sociedade, e todas as minhas ações de mandato são motivadas pela sociedade ou pessoas que acreditam no meu trabalho e se sentem representadas por mim; para essas pessoas que preciso prestar contas e dar as respostas com minhas ações ! Tanto é que por conta de inúmeras pessoas que me procuraram ou entraram em contato diante dos fatos expostos é que me manifestei sendo voz para este publico que repudiou tal evento.

O meu posicionamento se dá em razão de que acreditar que a exposição de crianças de forma descuidada a esses conteúdos é uma afronta aos valores éticos e morais fundamentais da sociedade. E sempre irei me manifestar e me posicionar em defesa daqueles que me trazem demandas, e como esta, ferem parte de uma sociedade. Meu mandato é assegurado pelo serviço prestado, e garanto que para estes que reclamam de nosso projeto posso não estar agora prestando um serviço a eles, mas defendo eles no todo, pois sou vereador pela cidade, e todas minhas ações serão frutos para a coletividade.

Meu Projeto de lei tem como alicerce a necessidade de assegurar e preservar os direitos das crianças e adolescentes, conforme estabelecido no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). O artigo 17 do ECA ressalta que o direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral das crianças e adolescentes, sendo dever da sociedade e do Estado assegurá-lo. As condutas observadas na Parada da Diversidade atentam diretamente contra esse direito, submetendo os jovens a conteúdos inadequados que podem prejudicar seu desenvolvimento saudável.

Além disso, vale ressaltar que as atuais condutas dessas associações não refletem a verdadeira essência da busca pela diversidade e respeito à comunidade LGBTQIA+. A promoção da diversidade deve ser pautada na inclusão, no entendimento mútuo e no respeito aos direitos fundamentais de todas as pessoas, independentemente de sua orientação sexual. A distorção desses valores em eventos como a Parada da Diversidade em Balneário Camboriú, através da veiculação de conteúdos inapropriados, não apenas desvia o propósito original dessas celebrações, mas também prejudica a luta legítima pela igualdade e pelos direitos humanos. A comunidade LGBTQIA+, ao que se imagina, busca, acima de tudo, uma sociedade inclusiva e respeitosa, e é fundamental que eventos destinados a promover essa causa estejam alinhados com esses princípios.

Cabe destacar também que no meu entender toda criança merece respeito, proteção e cuidado adequados durante sua fase de desenvolvimento. Defendo e vou continuar defendendo o direito das crianças de explorarem sua identidade e expressão de forma saudável, livre de pressões externas. Expor uma criança de forma compulsória a tais condutas é negar a importância da maturidade emocional, cognitiva e física para tomar decisões tão complexas e de longo prazo. 

Com efeito, é crucial salientar a importância de preservarmos a pureza das crianças e adolescentes, protegendo-os de exposições prematuras a conteúdos totalmente impróprios para sua faixa etária. A exposição a temas sexuais, violentos e criminais pode gerar impactos negativos no desenvolvimento psicológico e emocional desses indivíduos, comprometendo seu bem-estar futuro.

A busca pela diversidade, atualmente, ao meu ver vem sendo inadequadamente abordada pelo movimento LGBTQIA+. Expor uma criança a conteúdos com conotação sexual e por que não dizer violente desde tenra idade é negar a natureza fluida do desenvolvimento humano. Impor rótulos não tradicionais e definitivos em idades tão precoces pode resultar em graves consequências psicológicas e emocionais para essas crianças no futuro.

Por derradeiro, é salutar repetir que meu posicionamento não é contra pessoas, mas sim contrário à forma que essas associações vem buscando seu espaço. Ademais quero aqui reiterar meu respeito todas a as pessoas, independentemente de sua orientação sexual ou identidade de gênero. No entanto, não podemos apoiar e ainda devemos combater a disseminação de conteúdos que colocam em risco o bem-estar emocional, psicológico e físico de crianças.

Continuo a defender a cidade, fiscalizando e atendendo as demandas da comunidade”.

Segue abaixo o projeto do vereador Anderson e a justificativa:

Projeto de Lei Ordinária N.º 132/2023

Proíbe a presença e participação de crianças e adolescentes menores de 18 (dezoito) anos em paradas da DIVERSIDADE ou de orgulho LGBTQIA+ no Município de Balneário Camboriú.

Art. 1º. Fica estabelecida a proibição da presença e participação de crianças e adolescentes com idade inferior a 18 (dezoito) anos nas paradas da DIVERSIDADE e do orgulho LGBTQIA+ realizadas no município de Balneário Camboriú.

Art. 2º. Para os fins desta lei, considera-se parada da DIVERSIDADE e do orgulho LGBTQIA+ qualquer evento público, marcha, desfile ou manifestação que tenha como objetivo a celebração, visibilidade ou defesa da diversidade ou dos direitos da comunidade LGBTQIA+.

Art. 3º. Fica determinado que os organizadores das paradas da DIVERSIDADE e do orgulho LGBTQIA+, deverão tomar todas as medidas necessárias para verificar a idade dos participantes e impedir a entrada, participação e permanência de crianças e adolescentes menores de 18 (dezoito) anos nos referidos eventos.

Art. 4º. Os organizadores de qualquer evento público, marcha, desfile ou manifestação que violarem a proibição estabelecida nesta Lei estarão sujeitos a multas pecuniárias de até o valor de 1.000 (mil) Unidades Fiscais do Município (UFM’S).

Art. 5º. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

Anderson Santos (Podemos)

Vereador 


Justificativa

Considerando o compromisso com a proteção integral da criança e do adolescente, o presente projeto de lei visa resguardar os direitos e o bem-estar das crianças e adolescentes do Município de Balneário Camboriú, garantindo-lhes um ambiente seguro e adequado ao seu desenvolvimento.

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) estabelece, em seu artigo 4º, o direito à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária como princípios fundamentais. Nesse contexto, é dever do Estado e da sociedade assegurar que os eventos públicos, em especial aqueles que possam envolver manifestações de cunho sexual ou que promovam conteúdos inadequados à faixa etária, sejam cuidadosamente regulamentados.

A presença de crianças e adolescentes em paradas da DIVERSIDADE ou de orgulho LGBTQIA+ pode expô-los a situações inadequadas e potencialmente prejudiciais ao seu desenvolvimento psicossocial. Muitos desses eventos apresentam manifestações que, embora possam representar a expressão legítima da diversidade, também incluem conteúdos que fogem aos limites da adequação para o público infantojuvenil, tais como apologia à sexualização precoce, apologia ao crime e apologia às armas.

É dever do legislador buscar equilíbrio entre o direito à livre expressão e a necessidade de preservar a integridade e a inocência das crianças e adolescentes. Ao restringir a presença desses jovens em eventos que possam expô-los a conteúdos inadequados, estamos zelando pela proteção de sua formação ética e moral.

Esta proposta não busca cercear o direito à expressão, mas sim encontrar um equilíbrio que respeite todos os cidadãos, independentemente de sua idade. Ressaltamos que o objetivo primordial é garantir o direito das crianças e adolescentes à convivência segura e apropriada, alinhada aos princípios fundamentais do ECA.

Anderson Santos (Podemos)

Vereador 

- publicidade -
Clique aqui para seguir o Página 3 no Instagram
Quer receber notícias do Página 3 no whatsapp? Entre em nosso grupo.
- publicidade -
- publicidade -
- Publicidade -
- Publicidade -
- Publicidade -
- Publicidade -
- Publicidade -
- Publicidade -
- Publicidade -

Últimas